terça-feira, 28 de abril de 2009

O menino da calçada

Perdeu o ônibus da vida.
Sentado na calçada espera
o abraço do pai.
Ele nunca virá.
Ninguem lhe ensinou
que não se deve olhar pra
trás e
de mundo em mundo,
foi perdendo os sonhos.
Dos casos de amor, só
ficaram os prontuários
médicos.
Suas roupas legais, são
vazias agora e sua
pilha de livros uma
bela fogueira.
Sua infância ficou
perdida na caixa dos velhos
brinquedos e se pergunta
quando desaprendeu a
sonhar.
Quase não dormi, quase não come
e nos copos até acha um
pouco de paz.
No silêncio da noite ouviu
o vazio da vida.
As caminhadas sem rumo,
já não lhe trazem cansaço
e tudo o que viu a memória
esqueceu.
Da vida espera o fim; com
algum medo talvez, num
grande trago bebeu o que
restou de si e começou
esperando o fim.

O apanhador

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