domingo, 1 de fevereiro de 2009

Chuva de verão

O que fazer quando tudo o que preciso é ir para casa e descansar? Quando mesmo assim o mundo me convoca e precisa de mim? Meus amigos estão aí, e precisam de mim. Sei que não devo partir, e se preciso, é porque necessito de tempo pra me acostumar com o que mudou. Nunca gostei muito das mudanças, principalmente das mudanças, assim, repentinas, como as chuvas que caem no verão, que são assim, derepente. Chuvas anúnciadas. Talvez só precise de um domingo ensolarado pra descansar, ou talvez leve mais tempo até a poeira se acentar. A vida já é assim, complicada demais pela nossa definição, e os pensamentos me turvam ainda mais a mente. Quem me derá assim, ter o dom da ignorância. Os ignorântes não lhe parecem assim, tão felizes?... Meus amigos me chamam agora, você pode escutar? Estão na sala de leitura. já sentaram-se à mesa. Dizem que só falta eu, mas assim, vejo que o Léo ainda não chegou.
Se eles pudessem se ver como eu os vejo... Um sorriso de canto de boca me surgi, me sinto em casa, assim, derepente. Penso que sou o mais velho entre eles, talvez meio pai, meio irmão mais velho... Não sei. Mas assim, deixem-me ir agora, eles dizem que só eu falto, e assim, vejo que o Léo acabou de chegar.


Fabio Alavez